quinta-feira, 31 de março de 2011

O SUPER ATLETA ESPERMATOZÓIDE!!!!!!!!!!

Na Natureza, a luta pela sobrevivência entre as espécies começa bem mais cedo. Assim, se dá com o espermatozóide (2,7 milésimos de mm de comprimento é 85 mil vezes menor que o óvulo) na corrida pela fecundação do óvulo. Nos mamíferos, especialmente, no homem, esse pequeno atleta se prepara durante 74 dias para a mais longa e desgastante corrida da sua vida. Durante a maratona – 14 horas -, ele enfrenta a concorrência de milhões de outros espermatozóides que têm apenas um objetivo: Fertilizar o óvulo que está à espera da carga genética trazida pelo atleta vitorioso.

Ao que parece, a quantidade de espermatozóides ejaculada pelo macho de determinada espécie está ligada a um fator de disputa dos machos pela fêmea. Assim, nos gorilas, a quantidade de espermatozóides não passa dos 65 milhões; para outras espécies de primatas cuja disputa pela fêmea é mais intensa, a quantidade pode atingir 2 bilhões por ejaculação.

Para poupar energia para a viagem que terão que fazer rumo à fertilização, os espermatozóides permanecem imóveis até o momento da largada. Abaixo da cabeça do espermatozóide há uma espécie de bateria carregada de mitocôndrias, estruturas responsáveis pelo fornecimento de energia durante todo processo. Uma largada que - no caso da espécie humana – pode ter 500 milhões de indivíduos. Mas, em um homem fértil, somente 20% dos espermatozóides têm o tamanho e a forma ideal. Nos testículos humanos são produzidos 3.000 espermatozóides a cada batida do coração. Durante a viagem, o combustível usado é a frutose produzida na vesícula seminal. A única ajuda que os espermatozóides recebem em sua maratona vem da prostaglandina presente no líquido espermático que faz o útero se contrair impulsionando-os em direção às tubas uterinas. Quase tudo no aparelho reprodutor da fêmea atua contra os espermatozóides de maneira que, após 30 minutos no útero, pelo menos 99% deles já estão mortos. O útero está equipado com ferramentas – entre elas, os leucócitos que os englobam e despedaçam – para destruir os espermatozóides. Quase todo o aparelho reprodutor da fêmea foi projetado para matar os espermatozóides. Para elucidar parte do sacrifício que o espermatozóide humano terá que fazer, pesquisadores calculam que, o percurso desde a larga até a linha de chegada pode ser comparado a uma distância de 3.000 quilômetros nadados - pelo homem - em um charco lamacento e viscoso. E todo esse percurso – dos testículos até o óvulo - é feito em apenas 14 horas. Portanto, um desempenho extraordinário – em termos humanos, uma velocidade média 214 quilômetros por hora ou 60 metros por segundo – e impossível do ponto de vista de um ser humano. Apenas o colo do útero representa uma altura de um prédio de 10 andares. Depois de vencer essa subida, entram no colo do útero e somente 1% dos que entram tem chance de atravessá-lo. Dos milhões de espermatozóides que largaram somente 3.000 aproximadamente entra no útero. O muco produzido pelo aparelho genital da fêmea durante a fase fértil, sob a influência dos estrogênios também oferece uma das maiores barreiras – embora o estrógeno amacie o muco uterino, tornando-o mais fluído - aos espermatozóides na escalada rumo à fecundação. No caso específico de espécies como a égua que têm um aparelho genital mais longo, por exemplo, pode-se concluir que a energia exigida para concluir o percurso será ainda maior. Além do longo caminho a percorrer, o espermatozóide ainda terá que enfrentar outras dificuldades, como por exemplo, a pressão com que são arremessados contra as paredes da uretra durante a ejaculação Essa pressão é comparada a uma onda marítima de 4 metros de altura sobre um banhista. O espermatozóide ainda tem que abanar a cauda e a cabeça para um lado e para outro, numa frequência de aproximadamente 500 vezes por minuto. Não bastasse o longo caminho até o óvulo, deixando para trás milhões de concorrentes, na chegada, ele ainda tem que reunir forças para romper a zona pelúcida que reveste o óvulo. Mas, aquele que chegar primeiro não é ainda o vencedor. Os poucos que conseguem chegar ainda têm que romper o óvulo, dando início à fecundação. Para isso, ele carrega - na cabeça - uma espécie de bolsa (acrossomo), carregada de uma enzima (hialuronidase inespecífica que degrada o ácido hialurônico). A enzima é despejada sobre o óvulo, destruindo a pelúcida, permitindo a entrada do espermatozóide. Dos milhões de espermatozóides ejaculados – pelo homem - somente uns 200 chegam ao final da corrida. Os espermatozóides portadores do cromossomo Y (aquele que determina o sexo masculino), por serem mais leves e mais ágeis, chegam primeiro e trabalham durante cerca de 6 horas para romper o óvulo. Os espermatozóides portadores do cromossomo X (determinante do sexo feminino), mais pesados chegam por último e encontram uma zona pelúcida - trabalhada pelos espermatozóides portadores do cromossomo Y - mais fácil de ser penetrada. Assim, a chance de um espermatozóide portador do cromossomo X realizar a fertilização é maior que a do cromossomo Y que, embora tenha chegado primeiro e preparado tudo, já estava desgastado quando chegaram os cromossomos X. Assim, a quantidade de fêmeas que nasce é ligeiramente maior que a quantidade de machos.

Enquanto o cromossomo X é portador de 1.500 genes, o cromossomo Y tem apenas 78. O fato do espermatozóide portador do cromossomo Y apresentar um número insignificante de genes em relação ao cromossomo X - para alguns cientistas – dá possibiidade que nos próximos 125.000 anos, ele possa desaparecer da espécie humana; permitindo que,

O encontro entre espermatozóide e óvulo não é um acontecimento aleatório ou casual. Há estudos que comprovam que há uma espécie de comunicação química entre eles. Colocados – junto com um óvulo - numa placa de petri, por exemplo, os espermatóides passam a se locomover em direção a esse; não apresentando, portanto, movimento aleatório.

As dificuldades enfrentadas por um espermatozóide na realização de sua tarefa, não são obras do acaso. A Natureza foi projetada para a evolução. As dificuldades enfrentadas por uma determinada espécie constituem uma das ferramentas necessárias ao processo evolutivo. Então, por que não começar com os espermatozóides? Imagine uma fertilização sendo feita por um espermatozóide deficiente ou anâmalo? Seria um desastre para a espécie em questão. Por isso, a necessidade de tantos obstáculos – enfrentadas pelo espermatozóide – na corrida rumo à fertilização.


Siqueira, A. Alves de. Biologia de Animais Selvagens – ecologia em foco – O Fantástico Mundo dos Vertebrados. Volume I 428 pp.

quinta-feira, 10 de março de 2011

AOS HOMENS...

Resolvi fazer um comentário a respeito dessa entrevista apresentada no post anterior que demonstra um tom, que a Ministra resolveu não escancarar, talvez pela natureza do seu cargo , mas é machismo puro, mesmo!
Os machos dessa sociedade que se acham justos esperam que as fêmeas acuadas retirem suas acusações contra outros machos tão menos evoluídos quanto eles.
Por quê? Porque são machos e acham que estão na sociedade dos leões marinhos, por isso podem se impor diante de todas as fêmeas , incluindo a Ministra, que infelizmente para alguns é mulher.Para entender melhor do que estou falando, leia um novo trecho da entrevista realizada pela Agência Brasil com a Ministra da Secretária Nacional de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes e saiba quem são esses machos que se acham acima do bem e do mal e de mulheres então nem se fala:


ABr – A senhora esperava esse embate com setores do Judiciário?

Iriny – Não se trata disso. Há questões que temos que enfrentar de forma decisiva e estou me esforçando nesse diálogo. Houve uma decisão recente no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que nós, do governo, consideramos muito ruim. A decisão dá um prazo à mulher para ver se ela vai mesmo manter a ação. O agressor, ao saber disso, vai agir. A intimidação da vítima, nesse caso, é líquida e certa.

ABr – A senhora considera que essa decisão tem um caráter discriminatório?

Iriny – Sim. Quando se tem uma briga entre dois homens, por um motivo qualquer, um deles registra queixa e isso evolui para um processo, nunca se pergunta a ele se ele quer retirar a queixa ou não. Muito menos é dado a ele prazo para confirmar essa denúncia. Por que essa distinção em relação à mulher? Por que a Justiça tem que perguntar isso a uma mulher? Ela é vítima de agressão, ela apresentou denúncia. A denúncia foi objeto de inquérito, que originou uma denúncia do Ministério Público para, depois, virar um processo. Nesse tempo todo, se ela tivesse se arrependido, ela poderia ter ido lá e falado: "Doutor, quero retirar a queixa". Não tem porque o Judiciário perguntar isso a ela.

ABr – Outro questionamento é em relação à especificidade da própria lei que protege as mulheres. Como driblar isso?

Iriny – Já me perguntaram, ao vivo, em uma entrevista: por que não há, então, uma lei especial para homens? Eu simplesmente respondi: porque não precisa. Os homens não são agredidos porque são homens. Eles são agredidos em brigas por ciúme, por bebida, por qualquer outra coisa, mas não por serem homens. Já a agressão de gênero ocorre só contra a mulher. É por isso que há a necessidade da lei. A motivação da agressão por gênero não consegue ser atingida pela legislação comum.

ABr – Que características a senhora enxerga na chamada “violência de gênero”? Como caracterizar esse tipo de crime?

Iriny – É uma violência que vem em uma curva crescente. Começa com uma agressão psicológica, do tipo: 'Você está parecendo uma p... com essa saia', 'Não tinha uma outra roupa não?', 'Esse batom está escandaloso', 'Nossa, tenho até vergonha de ficar perto de você'. Depois passa para ameaça. O parceiro diz: 'Se você for trabalhar com essa roupa, não precisa mais voltar porque você não entra mais aqui'. Depois passa para uma sacudida, depois um tapa, depois uma surra, depois o corte de dinheiro. Não passa um recurso no caso de haver um só provedor, depois cárcere privado, deixa a mulher trancada e diz que só pode sair com ele. Se sair sem ele, quando voltar, mais surra, até chegar à morte, que pode acontecer de forma premeditada ou mesmo em consequência das sucessivas violências. Vai batendo, batendo, até a mulher não resistir. É por isso que esse tipo de crime tem que ter uma legislação específica que não podemos chamar nem de especial. Trata-se de uma legislação especializada(...)Da Agência Brasil

E para encerrar o assunto temporariamente, hoje a tarde deixaram alguns cachorrinhos na porta da minha casa, tão pequenos e tão indefesos, mas não eram eles, eram elas, somente elas, é isso aí três cadelinhas abandonadas, sem nenhum macho no meio da ninhada, não me causou nenhum espanto,porque até na sociedade canina,as primeiras a serem desprezadas são as fêmeas porque procriam, porque atraem machos durante o cio e constransgem a todos com o seu sexo livre nas ruas da cidade.
A fêmea da sociedade canina carrega um estigma e na sociedade humana, muitas vezes não é diferente, a mulher é estigmatizada pela falta de acesso à educação, por não ter autonomia financeira e por não ter como se proteger, nem sobreviver, vive seu sofrimento calada e submetida a violência física e psicológica como disse a Ministra.
Ah!As cadelinhas estão comigo!Eu e meu marido, que é um homem sensível,resolvemos acolhê-las para buscar uma adoção de alguém que ame as fêmeas pelo o que elas são e não pelo o que gostariam que elas fossem.
Quem desejar conhecê-las é só postar um comentário!


Cristiane de Melo - Aluna do curso de Especialização em Gestão em Saúde Pública da UECE

terça-feira, 8 de março de 2011

POLÍTICAS PÚBLICAS PARA MULHER

Questionamento à Lei Maria da Penha é carregado de intolerância e preconceito

Hoje(8) é o Dia Internacional da Mulher e, para a ministra da Secretaria Nacional de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes, há avanços para se comemorar, mas, também, muita preocupação com a consolidação dos direitos alcançados. Uma ameaça real às conquistas dos últimos tempos, na sua opinião, são os questionamentos da constitucionalidade da Lei Maria da Penha que, hoje, se reproduzem em várias comarcas e tribunais.

A lei que garante punição para a violência cometida dentro de casa, motivada pela questão de gênero, chegou a ser classificada como “diabólica” por um juiz. Além disso, o artigo que garante que a vítima não será coagida a retirar a denúncia vem sendo questionado nos tribunais superiores. Para Iriny Lopes, há “intolerância e preconceito”.

A ministra assumiu como primeira tarefa de sua gestão estabelecer um diálogo com os magistrados para sensibilizá-los da importância da aplicação da lei tal como foi aprovada. Segundo ela, os juízes precisam aproximar-se mais das questões da população. “A alma da Lei Maria da Penha é que a mulher não seja coagida”, disse a ministra, em entrevista à Agência Brasil. Iriny também defendeu a formação de um banco de dados confiável para medir a dimensão da violência contra as mulheres.
Veja um trecho da entrevista:
Agência Brasil – A Lei Maria da Penha foi aprovada e sancionada no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, mas, até hoje, há problemas com sua aplicação efetiva. Até a constitucionalidade da lei que protege as mulheres em relação à violência cometida dentro de casa vem sendo discutida no meio judiciário. Um juiz da cidade mineira de Sete Lagoas chegou a chamar a lei de “diabólica”. Como convencer as pessoas da necessidade de aplicação dessa lei?
Iriny Lopes – Primeiramente, seria prudente, seria bom para o Brasil que o Poder Judiciário se aproximasse um pouco mais do que são os anseios da população. A Lei Maria da Penha foi considerada pelas Nações Unidas como uma das três melhores legislações do mundo de proteção à mulher e instrumento eficaz e rigoroso contra a violência doméstica. Uma pesquisa recente mostra que 63% dos brasileiros conhecem e apoiam a Lei Maria da Penha. É um índice altíssimo. Nós poderíamos arriscar a dizer que é a lei brasileira mais popular de toda a história. O que ocorre no interior do Judiciário reflete o que vai também na sociedade. Em alguns casos, eu não generalizo, trata-se de intolerância e preconceito.

Da Agência Brasil

MUDANDO OS PAPEIS...FELIZ DIA DA MULHER