Resolvi fazer um comentário a respeito dessa entrevista apresentada no post anterior que demonstra um tom, que a Ministra resolveu não escancarar, talvez pela natureza do seu cargo , mas é machismo puro, mesmo!
Os machos dessa sociedade que se acham justos esperam que as fêmeas acuadas retirem suas acusações contra outros machos tão menos evoluídos quanto eles.
Por quê? Porque são machos e acham que estão na sociedade dos leões marinhos, por isso podem se impor diante de todas as fêmeas , incluindo a Ministra, que infelizmente para alguns é mulher.Para entender melhor do que estou falando, leia um novo trecho da entrevista realizada pela Agência Brasil com a Ministra da Secretária Nacional de Políticas para as Mulheres, Iriny Lopes e saiba quem são esses machos que se acham acima do bem e do mal e de mulheres então nem se fala:
ABr – A senhora esperava esse embate com setores do Judiciário?
Iriny – Não se trata disso. Há questões que temos que enfrentar de forma decisiva e estou me esforçando nesse diálogo. Houve uma decisão recente no Superior Tribunal de Justiça (STJ) que nós, do governo, consideramos muito ruim. A decisão dá um prazo à mulher para ver se ela vai mesmo manter a ação. O agressor, ao saber disso, vai agir. A intimidação da vítima, nesse caso, é líquida e certa.
ABr – A senhora considera que essa decisão tem um caráter discriminatório?
Iriny – Sim. Quando se tem uma briga entre dois homens, por um motivo qualquer, um deles registra queixa e isso evolui para um processo, nunca se pergunta a ele se ele quer retirar a queixa ou não. Muito menos é dado a ele prazo para confirmar essa denúncia. Por que essa distinção em relação à mulher? Por que a Justiça tem que perguntar isso a uma mulher? Ela é vítima de agressão, ela apresentou denúncia. A denúncia foi objeto de inquérito, que originou uma denúncia do Ministério Público para, depois, virar um processo. Nesse tempo todo, se ela tivesse se arrependido, ela poderia ter ido lá e falado: "Doutor, quero retirar a queixa". Não tem porque o Judiciário perguntar isso a ela.
ABr – Outro questionamento é em relação à especificidade da própria lei que protege as mulheres. Como driblar isso?
Iriny – Já me perguntaram, ao vivo, em uma entrevista: por que não há, então, uma lei especial para homens? Eu simplesmente respondi: porque não precisa. Os homens não são agredidos porque são homens. Eles são agredidos em brigas por ciúme, por bebida, por qualquer outra coisa, mas não por serem homens. Já a agressão de gênero ocorre só contra a mulher. É por isso que há a necessidade da lei. A motivação da agressão por gênero não consegue ser atingida pela legislação comum.
ABr – Que características a senhora enxerga na chamada “violência de gênero”? Como caracterizar esse tipo de crime?
Iriny – É uma violência que vem em uma curva crescente. Começa com uma agressão psicológica, do tipo: 'Você está parecendo uma p... com essa saia', 'Não tinha uma outra roupa não?', 'Esse batom está escandaloso', 'Nossa, tenho até vergonha de ficar perto de você'. Depois passa para ameaça. O parceiro diz: 'Se você for trabalhar com essa roupa, não precisa mais voltar porque você não entra mais aqui'. Depois passa para uma sacudida, depois um tapa, depois uma surra, depois o corte de dinheiro. Não passa um recurso no caso de haver um só provedor, depois cárcere privado, deixa a mulher trancada e diz que só pode sair com ele. Se sair sem ele, quando voltar, mais surra, até chegar à morte, que pode acontecer de forma premeditada ou mesmo em consequência das sucessivas violências. Vai batendo, batendo, até a mulher não resistir. É por isso que esse tipo de crime tem que ter uma legislação específica que não podemos chamar nem de especial. Trata-se de uma legislação especializada(...)Da Agência Brasil
E para encerrar o assunto temporariamente, hoje a tarde deixaram alguns cachorrinhos na porta da minha casa, tão pequenos e tão indefesos, mas não eram eles, eram elas, somente elas, é isso aí três cadelinhas abandonadas, sem nenhum macho no meio da ninhada, não me causou nenhum espanto,porque até na sociedade canina,as primeiras a serem desprezadas são as fêmeas porque procriam, porque atraem machos durante o cio e constransgem a todos com o seu sexo livre nas ruas da cidade.
A fêmea da sociedade canina carrega um estigma e na sociedade humana, muitas vezes não é diferente, a mulher é estigmatizada pela falta de acesso à educação, por não ter autonomia financeira e por não ter como se proteger, nem sobreviver, vive seu sofrimento calada e submetida a violência física e psicológica como disse a Ministra.
Ah!As cadelinhas estão comigo!Eu e meu marido, que é um homem sensível,resolvemos acolhê-las para buscar uma adoção de alguém que ame as fêmeas pelo o que elas são e não pelo o que gostariam que elas fossem.
Quem desejar conhecê-las é só postar um comentário!
Cristiane de Melo - Aluna do curso de Especialização em Gestão em Saúde Pública da UECE
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